Quando pensamos em monumentos marcantes do turismo internacional, provavelmente nos vêm à cabeça a pujante Torre Eiffel, o sólido Big Ben e um campanário simplório com sérios problemas de projeto: a Torre de Pisa.
A famosa torre fica na cidade italiana de Pisa, no Campo dei Miracoli, composto de uma catedral, um batistério e a própria torre.
A lambança não foi obra de apenas um infeliz engenheiro. Ele teve ajuda. Vamos dizer assim que foi um coletivo de gente bem-intencionada. E você sabe o perigo que são as pessoas bem-intencionadas. Acredita-se que o projeto original tenha sido de um cara chamado Diotisalvi, que aparentemente também estava construindo o batistério ao lado.
O objetivo original da torre era ser um campanário para a catedral de Pisa. Em 1172, uma rica viúva italiana chamada Berta di Bernardo deixou 60 moedas em seu testamento para um grupo encarregado de construir a torre.
A construção começou em 1173 em uma vala de aproximadamente 1,5 metro de profundidade e feita de argila, areia e conchas. A obra durou até 1178, quando a torre atingiu apenas três andares, porque já dava para perceber uma pequena inclinação.
Um século depois a construção foi retomada, quando decidiram continuar a obra com a construção de pisos sucessivos com uma curvatura na direção oposta à inclinação. Coisa de gênio.
O campanário finalmente adicionado em 1372, causando mais inclinação, que continuou a aumentar ao longo dos anos. A construção continuou até se completar em 1350, atingindo uma altura de 56 metros com 8 andares, 7 sinos e um peso de 14.523 toneladas.
Num trabalho de restauração realizado entre 1990 e 2001 a torre, que estava inclinada com um ângulo de 5,5 graus, recuou para 4 graus. Sensores subterrâneos foram instalados para medir as variações e hoje ela está praticamente estável.
O que você pode aprender
A Torre de Pisa é a prova concreta de que o sucesso de uma ideia não está necessariamente relacionada ao seu equilíbrio, harmonia e perfeição.
Aparentemente, esse campanário só virou o que virou por causa de sua inclinação exótica. Fosse uma torre tradicional em seus 90 graus, mesmo dona de uma estética notável, provavelmente não teria a atenção e a fama que tem. Ou seja: o carisma da ideia se deve justamente a um erro, uma imperfeição, uma anomalia. Isso a transformou numa obra única, inusitada, que merece a visita e o assombro de milhares de pessoas todos os anos. O mesmo fenômeno ocorre, por exemplo, com a escultura da Vênus de Milo e sua notória carência de braços.