Quer desenvolver sua criatividade? Copie os mestres
O cérebro só aprende a criar cognitivamente
Uma dica para iniciar o processo de aprendizado criativo é começar copiando quem já sabe criar. Os considerados mestres na área. Quer criar uma música? Tente copiar o estilo de alguns músicos que você admira. Quer criar um móvel, uma roupa, um processo produtivo, enfim, qualquer coisa? Imite quem já sabe fazer bem feito. E repita este processo várias e várias vezes. Aos poucos seu cérebro irá desenvolver algum tipo de lógica e compreensão subjetiva do processo. Ele começará a despertar criativamente. Você evoluirá, mesmo sem perceber. Mesmo que não saiba explicar com palavras.
Além de ensinar a criar, o trabalho de quem sabe fazer serve como excelente referência
Num segundo momento, misture duas ou mais referências para desenvolver uma mesma ideia. E siga por aí, progressivamente. Vá aumentando a quantidade de referências. Vai chegar um momento em que a mistura de fontes estará tão diluída que você não estará mais copiando ninguém e sim as usando como influência ou referência. Neste momento, você poderá se considerar um degrau acima do momento anterior.
Primeiro domine totalmente as regras para depois saber qual, onde, quando e como quebrá-las
Caso você se dê conta de que seus influenciadores são milhões de vezes melhores que você, não desanime, não desista. Use isso como motivação, como um objetivo a ser atingido. Ninguém vai de promessa a gênio em fração de segundos. E digo mais: é muito bom reconhecer nossas limitações. Quem acha que é tão bom quanto um mestre consagrado sem nunca ter botado a mão na massa não passa de um iludido que jamais irá evoluir em função de sua pretensão descabida. Ambição sim, pretensão não.
O cérebro só aprende a criar cognitivamente
Apenas como sugestão, comece copiando os clássicos e apenas depois passe para a vanguarda. Domine primeiro o senso comum. Grandes pintores e músicos da nossa história, por exemplo, primeiro aprenderam a dominar o que todo mundo já sabia para depois iniciar sua visão pessoal, promovendo a desconstrução do clássico. Picasso pintava casinhas no campo, natureza morta e essas coisas. Quando sentiu que aquilo já estava totalmente dominado, incorporado, passou a experimentar e não parou mais. A excelência criativa é um patamar dificílimo de se alcançar, mas não inatingível. Pra ninguém. Bom, pelo menos para quem não tem preguiça e alimenta em si mesmo um profundo desejo de fazer diferente. Um pouco de coragem e uma pitada de sorte também não vai fazer mal a ninguém. Canja de galinha não precisa.
Um exemplo mais do que prático
Dizem que o ator e diretor Orson Welles para realizar “Cidadão Kane” (seu primeiro filme), considerado até hoje como o melhor de todos os tempos, assistiu outra obra-prima chamada “No tempo das diligências”, de John Ford, 40 vezes antes de começar a filmar. Mergulhou também no expressionismo alemão de onde se inspirou para utilizar câmera baixa e closes exagerados e distorcidos para explicitar o perfil psicológico dos personagens. Copiou os mestres, de forma inteligente. Mas não foi plágio, apenas compreendeu a linguagem expressa por artistas de qualidade. Consciente e cognitivamente.