Quando a criatividade e a estupidez rolam juntas
Cooper's Hill Cheese-Rolling and Wake: um evento doloroso
A Cooper’s Cheese-Rolling and Wake é um tradicional evento anual realizado perto de Gloucester, na Inglaterra. Inicialmente era disputado exclusivamente pelos moradores da região, mas hoje lunáticos de todo o mundo participam alegremente de uma corrida morro abaixo atrás de um queijo testemunhado por milhares de espectadores ávidos pelo som de ossos quebrando.
O evento surpreendente e excêntrico, e por que não dizer criativo, leva o nome da colina íngreme em que acontece. Surgiu aparentemente no século XV e até os últimos anos, era administrado de maneira quase oficial, mas desde 2010, o evento acontece espontaneamente, sem qualquer gerenciamento.
Formato
Um Mestre de Cerimônias rola um queijo de 4 kg do topo da colina e um bando de pessoas sem amor à vida começa a correr atrás dele em velocidades que podem atingir até 110 quilômetros por hora. O primeiro que chegar vivo à base da colina ganha o queijo. Realmente, vale a pena se quebrar no meio por um prêmio desses.

História
Não há consenso sobre as origens do evento. Cerimônia criada para manter os direitos de pastoreio, pagãos que tinham costume de rolar objetos no morro para comemorar o nascimento do Ano Novo ou um rito de fertilidade para encorajar os frutos da colheita.
Quebrando padrões e ossos
O evento nunca foi uma unanimidade. Tem muita gente que é contra uma demonstração de estupidez humana em função dos ferimentos provocados. Em maio de 2013, um inspetor de polícia alertou a fabricante de queijos Diana Smart, de 86 anos, que ela poderia ser responsabilizada por ferimentos.
O queijo
O queijo atualmente utilizado no evento é de 3 a 4 quilos, o Double Gloucester, um queijo duro tradicionalmente feito em forma circular. Cada um é protegido para o rolamento por uma caixa de madeira e decorado com fitas.
Lesões
Membros do clube local de rúgbi e os uma organização rural de jovens, os Young Farmers (Jovens Fazendeiros) funcionam como “apanhadores” dos participantes que perdem o equilíbrio (teoricamente todos já perderam antes de começar a corrida), e também estão à disposição para oferecer os primeiros socorros aos que ficam pelo caminho.
Conclusão:
- Não existe criatividade absoluta. Nem estupidez absoluta. A diferença está na cultura, conjunto de padrões e repertório de cada grupo social.
- Queijo pode fazer mal para a saúde.
- Um dia, alguém precisa conseguir explicar o ser humano.