O símbolo da beleza feminina na Pérsia do início do séc. XX
Zahra Khanom Tadj es-Saltaneh, uma princesa que balançava os corações masculinos
O conceito de beleza vem se transformando ao longo do tempo. Cada cultura já teve sua versão bem particular do que é ser uma mulher bonita. Nos dias de hoje, com a globalização, aspectos culturais têm se tornado cada vez mais similares e as diferenças quase não são mais percebidas.
Que beleza!
Na Pérsia do século XIX, quanto mais masculina a mulher fosse, mais bonita era considerada. Sobrancelhas grossas e bigodes fracos eram tão atraentes que às vezes eram pintados ou aumentados com rímel. Nos retratos dos amantes do século XIX, os gêneros mal eram distinguíveis.
Com o passar do tempo, porém, o Irã foi se modernizando, absorvendo pouco a pouco a cultura ocidental, e esses padrões de beleza foram perdidos.
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Zahra Khanom Tadj es-Saltaneh (1883-1936) foi uma princesa persa da Dinastia Qajar, filha de Naser al-Din Shah (rei da Pérsia de 1843 a 1896) com sua esposa Turan es-Saltaneh. Era considerada o símbolo máximo da beleza feminina na Pérsia do início do século XX. Foi casada com Amir Hussein Khan Shoja’-al Saltaneh e teve duas filhas e dois filhos. Mais tarde, se divorciaram.

O poeta persa Aref Qazvini era apaixonado pela moça, para quem escreveu seu poema Ey Taj. Na verdade, um total de 13 jovens se mataram por não terem seu amor correspondido.
Taj Saltaneh era feminista e pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Irã. Era uma proeminente membro-fundadora do grupo clandestino de direitos das mulheres do Irã, Anjoman Horriyyat Nsevan (Sociedade da Liberdade da Mulher), que trabalha pela igualdade de direitos para as mulheres por volta de 1910.
Era escritora, pintora, intelectual e ativista. Costumava organizar salões literários em sua casa. Foi a primeira mulher no tribunal a tirar o hijab e usar roupas ocidentais.
Sua vida, sua obra e seu papel como feminista é hoje matéria de estudos do Oriente Médio na Universidade de Teerã e em Harvard.
Tudo é padrão
Este é apenas um exemplo de como tudo o que pensamos, acreditamos e entendemos são apenas padrões adquiridos. Não existe o certo e o errado na natureza. Tudo faz parte de um conjunto de códigos que cada grupo cultural desenvolve de forma constante e que se transforma ao longo do tempo. O que é bom hoje, pode não ser amanhã. E vice-versa.