Para ficar mais criativo, você precisa ajudar seu cérebro a te ajudar
Nosso cérebro funciona com processos cujo conhecimento, mesmo que parcial, nos habilita a criar uma espécie de mapa, de roteiro, onde possamos escolher os melhores caminhos mentais para a obtenção de nossos objetivos
Criatividade não se desenvolve lendo dicas de sites, livros, twitts ou em biscoitinhos da sorte. É um processo idêntico a qualquer atividade que você deseja realizar com um mínimo de qualidade e dignidade, como aprender uma profissão, falar outra língua ou praticar um esporte. É preciso compreensão da base lógica da atividade, repetição exaustiva, experiência prática e dedicação. Pois é. Você gasta tempo e energia para cada degrau que deseja subir. E se esse tempo e energia fossem reduzidos, mas com um resultado melhor e mais prolífico? Interessa? Este é meu compromisso ao oferecer o Help-Your-Brain-To-Help-You™, meu método de aceleração e expansão criativa. Antes de explicar como funciona, porém, gostaria de relatar o longo e intenso caminho que percorri para chegar até ele.
A natureza é formada por inúmeros elementos, mas vamos nos ater a um sujeito bem específico: o gen. Uma força extraordinária que interfere diretamente e, podemos dizer, até de forma ditatorial na vida de plantas e animais, incluindo, obviamente, o Homo sapiens. E para tal propósito ele, no caso dos animais, se utiliza de uma ferramenta de imensa capacidade de processamento para executar seus ambiciosos planos de proliferação e evolução: o cérebro. E, como você sabe, o mais destacado desta categoria em todo o planeta é, de longe, o nosso, o humano.
Somos privilegiados. Recebemos este presente desenvolvido ao longo de 3,5 bilhões de anos, mas que, na maioria das vezes, não sabemos como utilizar da melhor maneira. Isso porque o cérebro, a despeito de toda a sua tremenda capacidade, tem um obstáculo que o impede de agir de forma a promover um desempenho de alto nível no que diz respeito à criatividade e à solução de problemas: o excessivo gasto de energia necessário para realizar a tarefa. Apesar de ser apenas uma fração de nosso organismo, o cérebro utiliza 25% de toda nossa energia corporal. Em stand by.
O pensamento racional, nosso principal diferencial mercadológico, é o responsável por acessar o andar superior de nossas faculdades mentais. Mas, desafortunadamente, veio com um efeito colateral: ele dispende energia demais sempre que é acionado. A conta de luz vai às alturas. O resto do corpo fica prejudicado com o racionamento forçado e o gen acusa o golpe. Um corpo fraco é um perigo para nossa sobrevivência na selva. Sim, porque nosso cérebro ainda guarda fortes lembranças da época em que vivíamos sobre as árvores, na quinta divisão da cadeia alimentar. Então, por ordens expressas do senhor gen, o cérebro vai sempre priorizar a economia de energia, esse precioso ativo.
Em geral, acreditamos que somos aquilo que percebemos conscientemente. Um engano presunçoso, por assim dizer.
Costumo dizer que nosso cérebro é um cavalo selvagem dentro de uma gaiola de passarinho, tamanha é sua força e energia. Mas como todo selvagem, você não pode deixá-lo livre, fazendo o que bem entende. É preciso não domesticá-lo, mas aprender a canalizar toda a sua potência e apetite a favor de nossos objetivos mais relevantes.
O primeiro passo é observar e reconhecer nossas emoções, presentes em cada momento de nossas vidas. São utilizadas pelo cérebro para nos informar se o que estamos fazendo e pensando é “certo” ou “errado”. Porém, elas respondem eminentemente aos padrões que adquirimos durante a vida e que moldam nossa forma de pensar e ver o mundo. Portanto não deveriam ser avalizadoras em tempo integral do nosso comportamento, determinando o que é bom e o que é ruim em qualquer circunstância. Para o inconsciente, certo é o que ele já conhece e errado é o que ele nunca viu. Não há julgamento de valor. Apenas um checklist pragmático, que, como num programa de computador, é binário, oferecendo respostas automáticas, sim e não, baseadas única e exclusivamente no confronto entre o que foi digitado e o algoritmo em vigor.
Todo esse conjunto de padrões é acondicionado em nosso inconsciente, para o qual não temos praticamente nenhum acesso. Discreto quase a ponto de ser invisível, trabalha nos bastidores, silenciosamente, fazendo com que nos comportemos da maneira com que nos comportamos. Em geral, acreditamos que somos aquilo que percebemos conscientemente. Um engano presunçoso, por assim dizer. Pense nas tantas vezes que você não entendeu porque fez ou disse alguma coisa. Foi justamente o seu inconsciente realizando de forma competente a incumbência que o gen lhe deu: garantir que sigamos à risca o nosso conjunto de padrões. Que sejamos aquilo que somos programados para ser, à revelia, inclusive, de nossa autoimagem e vontade consciente.

Nossos padrões nada mais são do que uma biblioteca onde o cérebro procura soluções para problemas relativos à nossa sobrevivência. Quanto mais padrões acumularmos, mais elementos teremos para conectar entre si e nos ajudar na luta pela sobrevivência. Mantendo protegida nossa biblioteca, sua tendência é crescer. Sem padrões sólidos e resistentes a questionamentos, não teríamos uma biblioteca e a vida seria impossível.
Fica claro, entretanto, que o novo é considerado uma ameaça ao inconsciente. Diante de uma ideia original ele precisa se manifestar com todas as forças, tentando evitar que esse perigoso elemento prevaleça. E, para tanto, nos faz sentir um grande desconforto. Desconhecendo essa artimanha do inconsciente, como eu disse anteriormente, confundimos esta emoção desagradável com um veredicto inquestionável de que aquela não é uma boa ideia, uma ideia aceitável ou mesmo digna de análise. E a abandonamos.
O inverso também acontece. Sempre que pensamos em ideias já conhecidas, o inconsciente manda uma mensagem por meio de nosso sistema de recompensa, utilizando a dopamina, por exemplo, para dizer que estamos no caminho certo, que aquilo sim é uma ideia de grande valor. Consideramos, mais uma vez iludidos pelo inconsciente, que o prazer é um sinal de aprovação universal. O clichê, o senso comum e a mesmice vencem mais uma vez. À criatividade, só resta, mais uma vez, o ostracismo.
Por isso, a pessoa criativa precisa, entre outras providências, aprender a ler suas emoções e, quando considerar pertinente, enfrentá-las, tomando decisões racionais, indo contra o que está sentindo. “Talvez isso que eu esteja sentindo agora seja apenas meu inconsciente reclamando por eu estar quebrando um padrão. Minha decisão, portanto, é suportar esse desconforto e seguir em frente pra ver no que dá”. É claro que às vezes a ideia é ruim mesmo, mas, essa é a vida do criativo. Apostas nem sempre vencedoras.
Essa terra de gigantes tem como cidadão emérito, Charles Darwin. Sou um darwinista fanático. Um darwiminion.
O propósito não é controlar o inconsciente, mas aprender a administrá-lo. Não apenas buscando foco, objetivos concretos ou qualquer outro tipo de racionalização, mas também reconhecer o momento de relaxar e deixar o inconsciente livre pra fazer o que quiser. O acionamento prolongado do consciente, como vimos, dispende grande quantidade de energia. E chega um momento em que, inevitavelmente, sua capacidade de tomar decisões assertivas fica seriamente comprometida. É melhor bater em retirada.
A natureza, e tudo o que nela existe, é uma máquina que utiliza lógica matemática em seu funcionamento. Leis severas e inquebrantáveis da física e da química determinam o que pode e o que não pode acontecer. Uma lógica universal (até onde sabemos) que inevitavelmente está presente também em nosso sistema nervoso, do qual o cérebro é protagonista. Isso significa que o processo criativo pode de alguma forma ser delineado, apresentando uma estrutura mais ou menos lógica, contrária ao mito do caos criativo. Caos só gera mais caos. Nosso cérebro funciona com processos cujo conhecimento, mesmo que parcial, nos habilita a criar uma espécie de mapa, de roteiro, onde possamos escolher os melhores caminhos mentais para a obtenção de nossos objetivos. É possível encontrar atalhos, evitar desertos e suas miragens, regiões traiçoeiras e ruas sem saída, encontrando com mais facilidade a menor distância entre o ponto A e o ponto B.
Venho acumulando este conhecimento contando, além de minha experiência pessoal e reflexão, com a colaboração de um grupo de notáveis de várias áreas do pensamento humano. Como bem frisou Newton, “Se eu vi mais longe, foi por estar sobre ombros de gigantes”.
Essa terra de gigantes tem como cidadão emérito, Charles Darwin. Sou um darwinista fanático. Um darwiminion. Seus companheiros, porém, têm similar estatura, como Freud, Piaget, Jung, Pavlov, Skinner, Vygotsky, Arari e outros menos célebres, mas não menos afiados, como Joseph Campbel, Solomon Ash, Steven Pinker, Richard Dawking, Paul Ekman, Ivan Izquierdo, Ramon Cosenza e Leonor Guerra. Meu prazer tem sido tentar promover o máximo de conexões possível, confrontando meus pensamentos com os desses malucos, misturando tudo no liquidificador mental e criando novas sinapses que resultem numa visão original sobre a criatividade. Estou ajudando meu cérebro a me ajudar.
Minha biblioteca cerebral está razoavelmente abastecida de genética, teorias do aprendizado, seleção natural, psicologia, comportamento e neurociência. Sem contar o estudo da memória, das emoções e da linguagem. Além de aprender demais com estes senhores, a convivência com figuras tão ilustradas tem feito muito bem à minha autoestima, já que muitas vezes eles têm me presenteado com sustentação científica às descobertas empíricas que venho tendo ao longo dos últimos 20 anos. Por essas e por outras, agradeço aos envolvidos.
O propósito do método é justamente colaborar com os Homo sapiens que me procuram querendo de alguma forma se livrar da dependência excessiva do piloto-automático.
Essa longa e prazerosa jornada acabou inevitavelmente desaguando em um método de igual profundidade e extensão, chamado de Help-Your-Brain-To-Help-You™. O nome curioso deriva de algo que venho dizendo aos meus alunos e clientes há tempos: é preciso ajudar seu cérebro a te ajudar. Ele é inegavelmente extraordinário, mas, se deixá-lo tomar todas as decisões, sem acompanhamento racional, não seremos diferentes dos bichos, que funcionam exatamente desta maneira: reféns inocentes do inconsciente. Isso é bom pra eles, mas um desperdício de recursos para nós.
O propósito do método é justamente colaborar com os Homo sapiens que me procuram querendo de alguma forma se livrar da dependência excessiva do piloto-automático. É isso. Ninguém é capaz de ajudar seu cérebro além de você mesmo.
O Help-Your-Brain-To-Help-You™ consiste em 10 pilares interligados que, misturando teoria, treinamento e prática, formam um sólido conjunto de ações, resultando em uma expansão consistente, um acentuado fortalecimento e uma aceleração considerável do pensamento criativo.
- O gen e a evolução das espécies no contexto da solução de problemas
- O funcionamento neuropsicológico do cérebro e sua íntima relação com a criatividade e o comportamento
- Exercícios de validação para um reconhecimento cognitivo dos itens 1 e 2
- Exercícios de tensionamento emocional para expansão da capacidade criativa
- Fortalecimento da segurança e da auto-estima e abertura de horizontes pessoais e profissionais por meio do conhecimento dos processos mentais e do comportamento humano
- Técnicas estruturadas para geração torrencial de ideias originais
- Gestão do pensamento criativo para a execução de um processo completo de criação, desde a detecção do problema até a apresentação final da ideia
- Os 50 algoritmos da pessoa criativa
- Desafios do mundo real para construção de uma experiência prática e validação do método
- O uso do humor como ferramenta pedagógica de alto impacto
O Help-Your-Brain-To-Help-You™ é muito versátil. Pode ser aplicado em mentorias individuais ou de grupo, treinamentos corporativos e cursos livres. A promessa que eu faço é que você vai ter mais e melhores ideias, gastando menos tempo e energia, levando em consideração o que você conseguia criar antes de passar pelo aprendizado.
Me procura. Eu posso ajudar você a ajudar seu cérebro a te ajudar.